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sábado, 5 de janeiro de 2013

De que modo se deve evitar o desprezo e o ódio


Baseado na obra “O Príncipe”, de Maquiavel (Capítulo XIX)

Todo o homem, como bem aconselha Maquiavel, deve “fugir àquelas coisas que o tornem odioso ou desprezível”, e quantas vezes fugir a isso, melhor, evitará a injúria e o perigo. Maquiavel, como nenhum outro estudioso, explica o homem na sociedade, engendrando não apenas teias sociais, mas também psicológicas que convincentemente fundamentam as relações de poder (na amizade, no amor, na administração, na liderança, etc.).

O homem torna-se odioso (detestável) quando usurpa bens e mulheres dos outros. Portanto, não devemos roubar nem haveres nem honras, se quisermos viver felizes; e o melhor caminho para tal é combater ou moderar a ambição. O homem é desprezado quando é considerado volúvel, imprudente, amulherado, cobarde, vacilante. Contrariamente, as nossas acções devem mostrar grandeza, força de vontade, gravidade, fortaleza, evitando assim ser desprezível aos olhos de alguém.

Se evitarmos o desprezo e o ódio, seremos admirados, amados, respeitados. Aquele que é admirado raramente é atacado, porque se sabe que ele é respeitado pelos demais. Em outras palavras, o respeito e o amor atraem amigos, e os amigos são uma boa defesa. Manter os amigos contentes é também importante, assim como é respeitar os grandes, pois o ódio adquire-se, igualmente, perante as boas acções. Porque a bondade não pode ser demais, temos que, por vezes, agir com humor e firmeza (não crueldade), de modo a garantir a permanência das nossas relações com os outros.

Gostaria de deixar exemplos, mas não quero ser pleonástico. Finalizando, muitas relações acabam, lideranças e governos naufragam (aqui entram as manifestações sociais e os golpes de Estado) em nome do desprezo, da inimizade, do desrespeito. Afinal, o que mais pode levar alguém a prejudicar o outro?

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